terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Arquitetura da Felicidade

Alain de Botton é um escritor suíço que aborda diversos temas da vida, de relacionamentos a viagens, sempre relacionando-os a questões filosóficas.

Em seu livro A Arquitetura da Felicidade, ele escreve que as pessoas são profundamente influenciadas pela arquitetura à sua volta, seja a do lar, a do ambiente de trabalho ou mesmo a das ruas. 
O estilo e a aparência de cada construção afeta, de alguma maneira, o humor, a sensibilidade e até a personalidade dos seres humanos. O autor nos convida a abrir os olhos para essa curiosa relação, raramente percebida. 

De Botton acredita que o ambiente afeta as pessoas de tal modo que não seria exagero dizer que a arquitetura é capaz de estragar ou melhorar a vida afetiva ou profissional de alguém. Mas que não se pense que a solução dos nossos problemas está nas mãos dos arquitetos e decoradores. Para o autor, a arquitetura será sempre um protesto contra um estado de coisas. Se ficarmos felizes em ver a luz matinal sobre uma certa parede de gesso ou uma perfeita carreira de tábuas de assoalho, é porque essas pequenas cenas de beleza frágil contrastam com seu pano de fundo sombrio: os problemas cotidianos. Uma das teses de Alain de Botton é a de que o que buscamos numa obra de arquitetura não está tão longe do que procuramos num amigo. Ao construir uma casa ou decorar um cômodo, as pessoas querem mostrar quem são, lembrar de si próprias e ter sempre em mente como elas poderiam idealmente ser. 
O lar, portanto, não é um refúgio apenas físico, mas também psicológico, o guardião da identidade de seus habitantes. 
Seguindo esse raciocínio, o autor conclui que quando alguém acha bonita determinada construção, é porque a arquitetura reflete os valores de quem a elogia. Afinal de contas, uma simples fachada pode ser acolhedora ou ameaçadora, humilde ou esnobe, aristocrática ou religiosa, pode relembrar o passado ou apontar para o futuro. Pode até mesmo expor as idéias de um governo. Cada obra de arquitetura expõe uma visão de felicidade.

Leia também: Os Desafios da Arquitetura Corporativa

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Construtoras redesenham imóveis para idosos


DIEGO ZERBATO para a FOLHA
O envelhecimento da população brasileira também está movendo o mercado imobiliário. Se já tinham, em sua grande maioria, opções de lazer para crianças e adolescentes, os novos condomínios agora trazem facilidades para idosos.
Foi a partir de uma experiência na Pompeia (zona oeste de São Paulo), em 2008, que a Tecnisa desenvolveu o projeto para maduros. A intenção era fazer um condomínio para recém-casados com filhos, mas as vendas revelaram outro tipo de proprietário.
“Vimos que 15% dos compradores eram pessoas acima de 55 anos. A gente está acompanhando essa curva do envelhecimento da população, e é bom perceber que não é uma fatia irrelevante do mercado”, diz a gerente de projetos Patrícia Valadares.
Para direcionar a construção dos novos condomínios, a empresa reuniu geriatras, gerontólogos (estudiosos da vida idosa) e arquitetos especializados em design universal, que faz adaptações para garantir o acesso para pessoas com limitações de movimento em imóveis residenciais e comerciais.
Adaptação de banheiros dos apartamentos da Tecnisa; design universal é aplicado em cômodos e áreas comuns

ADAPTAÇÕES
As alterações acontecem dentro dos apartamentos e nas áreas comuns. A instalação de interruptores mais baixos e tomadas mais altas para diminuir o esforço para abaixar e levantar, o uso de maçanetas em forma reta a fim de facilitar a abertura das portas e a instalação de pisos de mesmo padrão para evitar desníveis são algumas das mudanças nas casas.
Nos espaços do condomínio, escadas das piscinas foram construídas em alvenaria e com corrimão, barras de alumínio identificam vidros dos prédios e até o porcelanato, usado por diversos lançamentos, foi substituído. “Trocamos por madeira porque a luz reflete no chão e pode provocar acidentes para quem tem problemas de visão”, diz Valadares.
Com o conceito, foram lançados dez prédios no bairro do Marapé, em Santos (a 72 km de São Paulo), conhecida por ser a escolha de muitos aposentados para morar após sair do trabalho. No total, são 1.627 apartamentos: oito blocos com dois quartos, previstos para junho de 2012, e outros dois, de três dormitórios, que devem ficar prontos um ano depois.
Uma das compradoras é a secretária executiva paulistana Elizabeth Henriques, 59, que se mudará para o litoral com o marido quando se aposentar, em busca de melhor qualidade de vida. “Esperamos ter vizinhos de nossa faixa etária ou próxima a ela. Gostamos de prosa e mais ainda com pessoas da mesma idade.”
ACESSO PARA TODOS
Em Suzano e Mogi das Cruzes (Grande São Paulo), pesquisas de mercado levaram a J. Bianchi a construir dois prédios com design universal em 2008. Com a venda dos edifícios, foram lançados outros dois condomínios nessas cidades em 2010. Segundo a construtora, já foram negociados 70% dos apartamentos.
“Percebemos uma aceitação maior entre proprietários mais velhos e tivemos até cadeirantes que escolheram o prédio por causa das mudanças”, afirma a gerente de projetos Juliana Tartaglia.
Além das adaptações das construtoras para esse público, entidades de assistência a idosos também começaram a fazer condomínios dedicados a essa faixa etária.
Em São José do Rio Preto (a 438 km de São Paulo), a Agerip (Associação Geronto-Geriátrica de São José do Rio Preto) criou um condomínio destinado para maiores de 55 anos. A entidade oferece o terreno e a ajuda de um engenheiro especializado em casas para idosos para a construção de chalés, que é pago pelo comprador.
De acordo com a entidade, um título, que custa R$ 15 mil, dá direito ao usufruto eterno da casa. A associação afirma que 40 residências já têm moradores, enquanto outras 63 serão construídas.
CUIDADOS NA SUA CASA
  • Banheiros: a instalação de barras de apoio nos vasos sanitários e no box facilitam a locomoção. Para ajudar a abrir as torneiras e o chuveiro, o uso de registros monocomando ou com pontas, que podem girar para águas quente, morna e fria, ameniza a abertura do chuveiro.
  • Maçanetas: os modelos de alavanca devem ser adotados, pois são mais fáceis de abrir que os redondos (ou bolinha), que precisam de mais força nas mãos para girar.
  • Pisos: evite os pisos brilhantes e que precisam ser encerados. Além do risco de escorregar, a luz pode refletir no piso e dificultar a visão dos mais velhos. Prefira pisos de madeira e cerâmicas foscas. Evitar também os ressaltos entre os pisos dos cômodos.
  • Portas: prefira as de correr, pois exigem menos força para abrir. Os espaços de passagem também devem ser maiores, pelo menos com 80 cm de vão livre, para garantir a entrada e saída sem problemas com acompanhantes ou aparelhos como cadeira de rodas e andadores.
  • Interruptores e Tomadas: os botões devem ser mais baixos que o normal, com, no máximo, 1 metro de altura, a fim de minimizar o esforço. Pelo mesmo motivo, a tomada deve ser mais alta. A regra também pode ser aplicada para descargas e registros.


Nova norma ABNT para habitações


Norma de desempenho ABNT 15575 para habitações entra em vigor em março e será detalhada na Feicon Batimat

Seminário da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura explicará itens como a nova revisão da norma e a adequação do mercado às novas exigências. 


Diversos padrões mínimos de qualidade para edificações são estabelecidos pela norma ABNT NBR 15575, documento também conhecido como Edificações Habitacionais – Desempenho. O texto, depois de anos de elaboração, institui níveis mínimos de qualidade em diversos quesitos, como Acústica, Térmica e Iluminação. Além disso, define a durabilidade de uma edificação em diversos sistemas, como estrutura, paredes, revestimento e pisos. O novo marco regulatório entra em vigor em março de 2013, 150 dias após sua publicação, em janeiro. Diante das mudanças que a norma implicará ao mercado da construção, a Feicon Batimat – 19º Salão Internacional da Construção, em seu Núcleo de Conteúdo, oferece aos visitantes o Seminário AsBEA com o tema Saiba Como a Norma de Desempenho ABNT NBR 15575 Impacta o Projeto de Arquitetura e a Obra, no dia 12 de março (Hotel Holiday Inn Parque Anhembi).

A Norma de Desempenho 15575 está dividida em seis partes, sendo elas: Requisitos Gerais, Requisitos para sistemas estruturais, para sistemas de pisos internos, para sistemas de vedações verticais internas e externas, para sistemas de coberturas e requisitos para sistemas hidrossanitários. As mudanças impactarão o setor da construção e passam a valer justamente no mês em que ocorre a Feicon Batimat. Projetos considerados de durabilidade "mínima", por exemplo, devem possuir estruturas que durem, no mínimo, 50 anos; intermediária, 63 e superior, 75 anos. Pisos internos devem ter resistência, respectivamente, de 13, 17 e 25 anos. Também deverão seguir normas a vedação vertical externa e interna, cobertura (última laje e telhado) e o sistema hidrossanitário. Isto significa que, no verão, a temperatura terá de ser no máximo igual à de um dia típico da estação em cada região do país, assim como, no inverno, a temperatura deverá ser igual à mínima externa, acrescida de 3ºC. A parte acústica também será contemplada, definindo-se um nível máximo de ruído em caso de imóveis em condições habituais e em proximidade a aeroportos, estádios, linhas de trem, entre outros. Em casos assim, a construtora será obrigada a medir o barulho e criar medidas de isolamento acústico.

Para mais informações e inscrições para os seminários previstos pelo Núcleo de Conteúdo da Feicon Batimat 2013 os interessados devem acessar o site do evento www.feicon.com.br.

Outros seminários do Núcleo de Conteúdo

As novas exigências do mercado e a necessidade de atualização profissional são elementos tão importantes para a Feicon Batimat que a feira, tradicionalmente, promove o Núcleo de Conteúdo, paralelo à exposição. O evento reúne os profissionais do mercado para debates sobre tendências, alternativas e soluções para os atuais desafios do setor de construção civil. Em quatro dias de apresentações técnicas, palestras, painéis de debates e estudos de casos, o visitante terá a chance de conhecer estratégias para a atualização e qualificação profissional. O Núcleo de Conteúdo Feicon Batimat reunirá mais de 800 profissionais do mercado construção. O público é composto por engenheiros, arquitetos, projetistas, orçamentistas, designers e demais profissionais envolvidos com obras e projetos em construtoras, incorporadoras, indústrias em geral e órgãos públicos. O Núcleo de Conteúdo Feicon Batimat já tem confirmados seminários como da AsBEA, na terça-feira 12 de março; Conferência Internacional de Processo Aqua, para a quarta-feira dia 13; Seminários PINI na quinta-feira dia 14 e Seminário do Green Building Council na sexta-feira dia 15.


A Feira:
Núcleo de Conteúdo Feicon Batimat
Data: 12 a 15 de Março de 2013
Horário: 3ª a 6ª das 9h às 18h
Local: Hotel Holiday Inn
Rua Prof. Milton Rodrigues, 100 - Santana São Paulo - SP

Fonte: Instituto de Engenharia

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Polêmica com os projetos para a Copa e Olimpíadas.

O Rio de Janeiro tem sido palco de embates da sociedade contra os desmandos do poder público, especialmente graças às redes sociais. Apesar de ter sediado a Rio+20, e por causa dos investimentos para a Copa e Olimpíadas, começaram a pipocar mega-projetos que por todos os lados agridem a paisagem e até áreas de proteção ambiental.

É o caso do polêmico Cais em Y que a Cia.Docas quer por força construir, criando um paredão de navios que é uma ameaça à visibilidade do espelho d’água da Baía de Guanabara, do Mosteiro de São Bento e de armazéns do porto (bens tombados pelo patrimônio histórico) e do caríssimo Museu do Amanhã que está em construção. Além de não ter o EIA-RIMA (estudo de impacto ambiental) o cais também têm impacto urbanístico negativo. Em outras regiões portuárias revitalizadas como Barcelona e Puerto Madero/B.Aires, não há confronto entre a escala residencial e a de equipamentos como hotéis e escritórios, mas uma harmonização; o diálogo entre a arquitetura e os vazios está bem resolvido, e uma das consequências é a vista ampla para a água. 



Museu do Amanhã teve que obedecer um gabarito máximo de 15m, então é impensável que navios de até 60m de altura possam atracar bloqueando as vistas e o vento. A "desculpa" era aumentar a capacidade de hospedagem da cidade durante os eventos esportivos, mas não convenceu nem arquitetos, nem urbanistas, e já foi alvo de ação na justiça pelo PV, reportagens e pronunciamentos do próprio Prefeito e do Presidente do COB sobre não estarem previstos no termo de compromisso das Olimpíadas ou da Copa. 


Mas na surdina, o governo estadual encaminhou um projeto para a Assembléia Legislativa com pedido de urgência querendo que em apenas 4 dias se votasse uma flexibilização perigosa nos processos de licenciamento ambiental. Por exemplo, não exige a divulgação em jornais do estudo de impactos, que também só seria feito por projetos acima de 100 hectares em áreas onde não há infraestrutura. Hoje se exige para áreas acima de 50 hectares ou menores mas que estejam próximas de unidades de conservação ou áreas sensíveis. Veja o filme do premiado jornalista André Trigueiro, expert e pioneiro na cobertura de sustentabilidade:





Dois dos mais polêmicos projetos envolvem o Campo de Golfe Olímpico e o futuro Hotel Grand Hyatt na Barra da Tijuca, ambos em áreas na Praia da Reserva, uma APA que foi descaracterizada pela Câmara dos Vereadores em 2005, criando "retalhos" vendáveis a interesses imobiliários. Ambos foram alvo de passeatas de protesto em 3 finais de semana consecutivos e filmes no YouTube e FB (inclusive do grupo Anonymous), o que levou a Alerj a suspender a votação e marcar uma Audiência Pública. 

Fonte: Patrícia de Sá

O grande interesse e benefício que as cidades que sediam grandes eventos esportivos recebem é o investimento na infra-estrutura, que se tornam benfeitorias para a população após os eventos. Infelizmente o Brasil não está aproveitando esta oportunidade. Ao invés de investirem em melhorias no transporte público, vias, e urbanismo como um todo ao pensar nas estruturas esportivas interligando bairros, os políticos pífios que estão no comando apenas investem  em estádios fixos monstruosos que sequer serão totalmente utilizados após este período. Isso sem falar nestas artimanhas para beneficiar parceiros e desvios de recursos.


Chuveiro Sprite

Muito bem pensada esta ação de verão. Um chuveiro da Sprite, no formato de máquina de refrigerante, foi colocado em diversas praias pelo mundo no verão de 2012. A ação visa não só promover o conceito “refresque suas ideias” da marca, mas também de aproximar os banhistas.