quarta-feira, 27 de março de 2013

Novo modelo de cidade sustentável


Cidade de Oulu hoje. Foto: Business Oulu

A cidade de Oulu, no norte da Finlândia, está prestes a ter um novo bairro destinado a ser um modelo de projeto ambiental no hemisfério norte.
Hiukkavaara, apelidado de "Arctic Smart City", será um projeto de 1,8 bilhões de dólares que implementa várias iniciativas sustentáveis ​​para seus residentes. O desenho urbano contará com uma rede energética inteligente, fontes de energia alternativas e renováveis, um sistema de água ecológico e gestão de resíduos centralizada.

O projeto ambiental e consciente de Hiukkavaara, é parte de um movimento que cresce  em todo o mundo para o desenvolvimento de cidades inteligentes. Estima-se que mais de 60 por cento da população mundial viverá em centros urbanos em 2025, com as cidades em crescimento, haverá um investimento de até US$ 30 trilhões por ano na economia mundial de acordo com um recente relatório do McKinsey Global Institute.

"Os apartamentos, edifícios, blocos, pátios, ruas e parques de Hiukkavaara são todos concebidos tendo como objetivo a conveniência dos residentes", disse o diretor de serviços urbanos e ambientais da cidade de Oulu, Matti Matinheikki. "A Energia e os materiais são consumidos de maneira eficiente e sem desperdícios, a natureza é valorizada, e a vida humana se mistura com o meio ambiente. O inverno tem sido o ponto de partida para o projeto da comunidade em Hiukkavaara, e o distrito da cidade será planejada levando em conta o clima. "
A cidade vai oferecer aos residentes soluções eficientes para o dia-a-dia e foi projetada com o usuário em mente. Ela está sendo construída para incentivar o envolvimento da comunidade e oferecer atividades recreativas em uma cidade onde os moradores são incentivados a se deslocarem a "pé, de bicicleta e esqui."


Proposta da Cidade de Oulu. Foto: World Construction Network

Os planos incluem a construção de 20 mil novas casas, 10 mil unidades habitacionais, 1.800 locais de trabalho e serviços inteligentes para 40.000 moradores, com o projeto previsto para ser concluído até 2035.

O transporte público deslocará facilmente os residentes por toda a cidade.
O aumento na demanda por recursos naturais e uma população em expansão global estão desafiando centros urbanos a aumentar a sustentabilidade, e oferecer estilos de vida desejáveis ​​para seus habitantes.

Espaços urbanos continuarão a se tornar mais densos através do desenvolvimento de cidades inteligentes, e mais cidades estão agora convergindo para criar mega-cidades ou regiões. O desenvolvimento dessas cidades também cria oportunidades para o crescimento econômico e reduz o impacto ambiental das cidades.
Por exemplo, a mega região de Hong kong-Shenzhen-Guangzhou, China, tem cerca de 120 milhões de habitantes e estima-se que a região de Tóquio-Nagoya-Osaka-Quioto-Kobe do Japão, terá uma população de 60 milhões em 2015.

Embora o ambiente está desesperado para a mudança, as iniciativas econômicas, tecnológicas e estilo de vida associados com o desenvolvimento de ambientes urbanos de hoje, vai continuar a criar oportunidades para as cidades e moradores dispostos a explorá-las.

Fonte: Angela Fedele

Leia também: Construções sustentáveis ganham mercado

segunda-feira, 4 de março de 2013

Em dez anos, mundo terá mais de 1 bilhão de idosos, segundo a ONU


Relatório recomenda que países se preparem para mudança em perfil demográfico e aponta mitos sobre terceira idade.

Da BBC
Um relatório de uma agência ligada à ONU afirmou no final de 2012 que, nos próximos dez anos, o número de pessoas com mais de 60 anos no planeta vai aumentar em quase 200 milhões, superando a marca de 1 bilhão de pessoas. Em 2050, os idosos chegarão a 2 bilhões de pessoas - ou 20% da população mundial.
Envelhecimento da população é uma tendência mundial (Foto: BBC)Envelhecimento da população é uma tendência mundial (Foto: BBC)
O documento do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês) faz previsões sobre o perfil demográfico global e reflete o aumento da expectativa de vida em diversos países do mundo.
A tendência é que os idosos se tornem cada vez mais numerosos em relação às pessoas mais jovens. Em 2000, a população idosa do planeta superou pela primeira vez o número de crianças com menos de 5 anos. Agora, a entidade prevê que, em 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos vá superar também a população de jovens com menos de 15 anos.
Segundo a UNFPA, o envelhecimento da população será mais perceptível em países emergentes. Hoje, cerca de 66% população acima de 60 anos vivem em países em desenvolvimento. Em 2050, essa proporção subirá para quase 80%.
A agência da ONU diz que o aumento da expectativa de vida no planeta é "motivo de celebração", mas alerta para alguns riscos econômicos do envelhecimento da população.
"Se não forem tomados os devidos cuidados, as consequências destes temas provavelmente surpreenderão países despreparados", afirma o documento.
A UNFPA alerta que o desafio para muitos países emergentes com grande número de jovens é encontrar políticas públicas para lidar com o envelhecimento desta população nas próximas quatro décadas.
No Brasil, a previsão é que o número de idosos triplique de hoje até 2050 - passando de 21 milhões para 64 milhões. Por essas previsões, a proporção de pessoas mais velhas no total da população brasileira passaria de 10%, em 2012, para 29%, em 2050.
Discriminação e mito
Um dos problemas enfrentados pelos idosos, segundo a ONU, é a discriminação.
O relatório fala que - apesar de 47% dos homens idosos e 24% das mulheres idosas participarem do mercado de trabalho - as pessoas mais velhas continuam sendo vítimas de "discriminação, abusos e violência" em diversas sociedades.
O documento traz depoimentos de 1,3 mil idosos em 36 países do mundo, inclusive do Brasil. O estudo da ONU também fala que existem mitos comuns sobre idosos que nem sempre são amparados pelos números.
Uma ideia amplamente difundida é a de que os mais jovens sustentam economicamente os mais velhos através do sistema de previdência. Porém esta previdência foi paga pelo próprio idoso durante os anos em que trabalhou.
Segundo a UNFPA, em muitos países, inclusive no Brasil, o caso contrário ainda é bastante comum.
"Em termos econômicos, ao contrário da crença popular, um número grande de pessoas mais velhas contribui com suas famílias, ao amparar financeiramente gerações mais jovens, e com as economias nacional e local, ao pagar impostos", diz o relatório.
"No Brasil, México, Estados Unidos e Uruguai, por exemplo, a contribuição [financeira] dada pelas pessoas mais velhas é substancialmente maior que a que eles recebem".