quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Gestão do design em pequenas empresas

A atividade começou a evoluir após a revolução industrial, época em que a preocupação era com a produção e não havia concorrência. Com o tempo as indústrias começaram a se firmar, mas o produto final era praticamente o mesmo. Era a tradição que contava na hora da escolha do produto. A partir do momento em que o consumidor passou a ter opções de escolha, a estética e funcionalidade do produto começaram a ser trabalhadas. Assim, o design se transformou em uma ferramenta de diferenciação entre as empresas, aliado a outras atividades como o marketing, que surgiu também na mesma época.
Mas quais as vantagens da aplicação do design nas empresas?
 É preciso entender que, para que uma empresa obtenha sucesso, é necessário que o produto ou serviço oferecido, seja bem recebido pelo consumidor-cliente. O desafio do empresário, de grandes, médias e pequenas empresas, é conquistar a confiança do seu público.
 Uma das estratégias para alavancar as vendas e manter as empresas no mercado é agregar valor aos produtos ou serviços prestados, e o Design é uma das ferramentas que tem sido utilizada para isso. O Design auxilia na melhoria de aspectos funcionais, ergonômicos e visuais dos produtos, buscando além de atender as necessidades dos consumidores, melhorar o conforto, a segurança e a satisfação dos usuários, e assim se destacar perante seus concorrentes.
Agregar valor, neste caso, é trazer junto às funções básicas do produto ou serviço, características que venham a somar benefício e trazer conforto ao cliente. 
O diretor-presidente do Sebrae, Paulo Tarciso Okamotto, mostra dados relevantes que explicitam a importância da interferência dessa atividade nas empresas:
Pesquisa da Open University na Inglaterra, com 221 pequenas empresas, mostrou resultados importantes: em 90% dos casos, elas obtiveram lucros com o novo design, registrando retorno do capital investido em 15 meses; ampliaram em 40% as vendas pelas modificações no design dos produtos; 25% dos projetos abriram novos mercados para os produtos dessas empresas.No caso brasileiro, pesquisa da CNI, a Confederação Nacional da Indústria, em 500 empresas de diversos setores, revelou que 75% delas obtiveram aumento de vendas em função da utilização do design e 41% reduziram custos de produção.
Apesar da quantidade de benefícios advinda do design ser significante, apenas os grandes empresários utilizam deste recurso. Os donos das pequenas empresas desconhecem ou têm uma visão deturpada dessa atividade. É importante que o pequeno empresário entenda que design é muito mais que meramente estética. Sua ação vai muito mais além do que o conceito de beleza. As soluções encontradas são frutos de estudos e pesquisas realizadas de maneira que venham a se adequar à necessidade da instituição. É um instrumento que pode servir de apoio às empresas de pequeno porte.
Como as pequenas empresas podem se beneficiar dessa atividade? 
Segundo dados do Sebrae, atualmente no país, 470 mil micro e pequenas empresas iniciam suas atividades a cada ano, mas 49,4% delas fecham as portas antes de completar dois anos. Abre-se aqui um espaço para definir pequenas empresas. De acordo com a OCDE (Organization for Economic Corporation and Development), para ser considerada pequena empresa, o número de funcionários não pode ultrapassar 100. No Brasil, está valendo a lei 9.317/96, de 5 de dezembro de 1996, que considera “empresa de pequeno porte, a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais).
Instituições como o Sebrae, percebendo que o design é uma ferramenta que pode ajudar no processo de sustentação dessas empresas no mercado, criou programas como o Via Design que têm, como objetivo principal, a divulgação dessa área para pequenos empresários e empreendedores.
Numa sociedade onde a identidade é essencial e o que é diferente chama a atenção, o design pode aparecer como um aliado na batalha para destacar uma empresa no mercado. Se aplicado corretamente, sem déficit em nenhuma das etapas, o retorno adquirido será muito maior do que o esperado. No caso específico das pequenas empresas que disputam com grandes corporações, a consultoria de design pode ser a chave mestra para sua sobrevivência, solucionando possíveis problemas e destacando os pontos positivos em detrimento aos negativos desde o início de sua gestão. A atuação de instituições como o Sebrae na divulgação da atuação desta ferramenta é uma solução para sanar o desconhecimento do design por parte dos pequenos empresários e auxiliá-los em sua jornada no mercado.
Mas afinal, o que é gestão de design? 
Segundo Luis Emiliano Avendaño, cosultor de design, ela é definida como “o conjunto de atividades de diagnóstico, coordenação, negociação e design que comparecem tanto na atividade de consultoria externa como no âmbito da organização empresarial, interagindo com os setores responsáveis da produção, da programação econômica-financeira e da comercialização, com a finalidade de permitir uma participação ativa do design nas decisões dos produtos.” Ou seja, é um conjunto de ferramentas que auxilia na determinação dos resultados que o design trouxe e ainda pode trazer à empresa que se utiliza dele. Em tempos onde as mudanças são rápidas e constantes, o design está se tornando cada vez mais, uma necessidade.


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